segunda-feira, 11 de abril de 2011

REGRAS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA (PARTE 03)

O ESPÍRITO SANTO NOS AUXILIA A COMPREENDER A BÍBLIA

Não podemos confundir as nossas falhas interpretações com a perfeita revelação de Deus. Por mais consagrados que estejamos, não podemos esquecer que somos falhos e sem a ajuda de Deus podemos interpretar equivocadamente a Sua Palavra, tanto os pregadores como os ouvintes.

É o Espírito Santo que conhece as profundezas do pensamento divino. Cristo afirmou que o Espírito pode nos levar ao conhecimento de toda a verdade. Foi o próprio Espírito Santo que inspirou a Bíblia e a utiliza como uma espada e Ele com certeza pode nos orientar e direcionar na interpretação adequada da mesma.

E já que o arrependimento dos pecados e a salvação são individuais e somos sacerdotes individuais diante de Deus, então Ele quer um relacionamento individual conosco, consagrado, para podermos ouvir corretamente a Sua mensagem.

O crescimento espiritual é algo que precisa ser experimentado individualmente. Como que Deus pode falar ao seu coração através de Sua Palavra se você só estudar a Bíblia através das opiniões de outras pessoas, que são tão falhas quanto você? Se fosse assim, teríamos uma igreja onde poucos pregadores saberiam corretamente interpretar a Bíblia e milhões de cristãos que seguiriam apenas aquilo que eles dissessem.

Não existem intermediários entre você e Deus e, consequentemente, não existem também entre você e a Palavra de Deus. O mesmo Espírito Santo, que não é falho, mas é perfeito, e que levou a salvação a você, pode levar a correta interpretação da Palavra de Deus ao seu coração.

A BÍBLIA NÃO É UM LIVRO APENAS DIVINO, É HUMANO TAMBÉM

Sim, a Bíblia é totalmente inspirada por Deus e por isso ela é inerrante (sem erros), mas devemos nos lembrar que foram cerca de quarenta homens consagrados que a escreveram utilizando inclusive o seu modo próprio de escrita, sejam as poesias (Salmos, Provérbios, etc.), seja a métrica melancólica (Lamentações de Jeremias), as profecias (livros dos Reis, Daniel, Ezequiel, Apocalipse, etc.), as epístolas (paulinas, joaninas, etc.), muitas vezes utilizando uma maneira humana de perceber as coisas, perspectivas humanas. No Salmo 23, por exemplo, Davi se expressou com a perspectiva de um pastor de ovelhas. Crônicas foi escrito de um ponto de vista sacerdotal. Atos dos Apóstolos possui um enfoque histórico e a segunda carta a Timóteo reflete o coração de um pastor.

Os escritores bíblicos escreveram do ponto de vista humano sobre o nascer do sol (Js 1:15), inclusive tiveram lapsos de memória (1Co 1:14-16) e emoções humanas (Gl 4:14). Alguns livros demonstram interesses humanos, como o rural, no caso de Oséias e o médico, no caso do evangelho de Lucas e Atos e o amor pela natureza na epistola de Tiago.

QUAL ERA A INTENÇÃO DO ESCRITOR BÍBLICO?

Este critério seguramente é um dos mais tradicionais. Segundo ele, o significado da passagem reflete exatamente qual era a intenção do autor em usar aquelas palavras naquele momento. Deve-se levar em consideração também em que idioma foi escrito originalmente o texto e qual era o significado destas palavras na época em que foi escrito. Por exemplo, em Efésios 5:18, Paulo afirmou: “Não vos embriagueis com o vinho”.

Certamente alguém poderia contestar:

“Então o apóstolo, em outras palavras, não está proibindo que nos embriaguemos com outro tipo de bebida, como, por exemplo, cerveja, mas, somente com o vinho”.

É evidente que a intenção do apóstolo neste texto era a de transmitir um princípio de não embriaguez, pois, ele não teria conhecimento das bebidas que seriam criadas futuramente.

Observando também Marcos 4:35-41, qual era o objetivo do autor? Informar sobre a topografia do mar da Galiléia ou o mal tempo naquela ocasião? É evidente que o seu objetivo era falar sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Senhor e até a natureza está sujeita a Ele (v. 41).

Em suma, é necessário conhecer quem era o autor, quando ele escreveu, para quem ele escreveu e em que idioma ele escreveu.

Lembrem-se: um texto bíblico jamais poderá significar o que ele jamais significou.

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