domingo, 21 de fevereiro de 2010

LIDANDO COM AQUELES QUE SE DESVIARAM DA VERDADE (PARTE 02)

4ª) Aptidão para instruir:

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, termos um espírito de brandura e estarmos preparados para ensinar, “aptos para instruir”. Devemos estar aptos, preparados para trazer os ensinamentos da Palavra de Deus a quem quer que nos questione ou nos solicite auxílio ou deseje conhecer a doutrina bíblica. Será que estamos realmente nos preparando? Será que sabemos manejar bem a Palavra da verdade? (2ª Timóteo 2:15). Afinal, se alguém entre nós prega, que pregue de acordo com os ensinamentos de Deus (1ª Pedro 4:11).

Não, não é preciso esperar antes decorarmos a Bíblia inteira ou lê-la centenas de vezes por ano de capa a capa para começarmos a defender a fé, para dialogarmos com alguém que se desviou da verdade. Todavia, é necessário ler e meditar muito nas Escrituras Sagradas (de Gênesis a Apocalipse), constantemente, se possível, diariamente (outra atitude recomendável).

Quanto tempo temos investido em leitura e meditação da Bíblia? Se possível, além da Bíblia que é a principal instrução para a nossa vida, é recomendável ler muitos livros, revistas e assistir a ministrações e filmes em DVD. A cultura evangélica possui muito material de excelente qualidade para a nossa edificação e preparação (vejam 1ª Pedro 3:15).

5ª) Paciência:

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, termos um espírito de brandura e estarmos preparados para ensinar, bem como sermos pessoas pacientes. É, esta é uma virtude do servo do Senhor, ele é paciente, ele é longânimo (veja a longanimidade como parte do “fruto do Espírito” em Gálatas 5:22-23).

Ou seja, o servo do Senhor possui um ânimo de longa duração, ele perde o bom humor e a paciência com extrema dificuldade. Aliás, ele é tardio em irar-se (Tiago 1:19). Ademais, paciência em uma discussão religiosa inclui saber ouvir as pessoas, estar pronto para ouví-las (Tiago 1:19) e saber o momento certo de falar, ser tardio para falar (Tiago 1:19), sem ser precipitado e sem proceder sem refletir (Provérbios 10:19; 11:9; 12:18; 13:3; 14:,3,16).

Como Salomão havia ensinado que “o homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra a seu tempo, quão boa é” (Provérbios 15:23), que “responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Provérbios 18:13) e que “não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19:2; comparem com Provérbios 20:25). É preciso permitir que cada um exponha as suas opiniões de forma espontânea e confiante, sem interrupções indesejadas.

6ª) Esperança de que Deus concederá o arrependimento:


Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, devemos ter um espírito de brandura, estar preparados para ensinar pacientemente na esperança de é Deus quem proporcionará o arrependimento dos erros e pecados cometidos pelas pessoas que se desviaram da verdade bíblica. Muitas vezes acabamos agindo equivocadamente com rispidez e violência de palavras no intuito de tentar convencer as pessoas do seu erro (e por motivos religiosos muitos apelam para a violência física). Erro nosso na verdade. A nossa missão é a de transmitir a verdade com paciência e, conseqüentemente, soberanamente Deus poderá permitir que a pessoa perceba onde está enganada sobre a Bíblia e a vontade divina.

Como já afirmamos, se as pessoas se converteram realmente, esta questão está nas mãos soberanas de Deus. Devemos possuir a esperança de que Ele concederá o arrependimento. Violência só irá atrapalhar a atuação do Espírito Santo e a obra missionária: “...não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos...” (Zacarias 4:6b; comparem com o que afirma Atos 1:8). Não estamos afirmando que o Espírito Santo de Deus não tem poder suficiente para converter as pessoas, mas Ele deseja agir através de nossas vidas e se agirmos inadequadamente com as pessoas alvas de Sua mensagem de Salvação, atrapalharemos a Sua obra e não o Seu poder.

7ª) Conhecer a verdade:

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, devemos ter um espírito de brandura, estar preparados para ensinar pacientemente na esperança de é Deus quem proporcionará o arrependimento dos erros e pecados cometidos pelas pessoas que se desviaram da verdade bíblica, com o intuito de que elas venham a conhecer qual é a verdade, em contraste com as ilusões nas quais acreditam. Por isso, devemos pregar somente a Verdade, Jesus Cristo, que pode libertar do poder do pecado e de qualquer outra circunstância que esteja impedindo alguém de um compromisso verdadeiro com o Senhor.

Não devemos nos ater a questões eclesiásticas ou denominacionais. Aqueles que estão longe de Cristo estão ansiosamente buscando a Verdade. Sim, nossas confissões de fé, nossas doutrinas e práticas são importantes e dão rumo para a nossa vida cristã, mas não trazem a salvação. A salvação é apenas pela fé em Cristo e Cristo e Seu puro evangelho que devemos pregar.

8ª) Retornarem a sensatez:

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, devemos ter um espírito de brandura, estar preparados para ensinar pacientemente na esperança de que é Deus quem proporcionará o arrependimento dos erros e pecados cometidos pelas pessoas que se desviaram da verdade bíblica, pois quem se desviou da verdade, vive sem perceber que se encontra na “insensatez espiritual”.

Por mais inteligente e bem preparada em cursos e faculdades que uma pessoa esteja, se ela não segue corretamente as Escrituras Sagradas, espiritualmente ela se encontra distante da verdade, portanto, e não possui quaisquer condições de sensatamente discorrer sobre os assuntos espirituais. Pior que isso, muitas vezes sua linguagem corrói não a moral e os bons costumes, mas a sã doutrina bíblica e a teologia reformada como se fosse um “câncer doutrinário” e desviam muitos que estão professando a fé evangélica (2ª Timóteo 2:15-18).

9ª) Livrar das mãos do diabo

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, devemos ter um espírito de brandura, estar preparados para ensinar pacientemente na esperança de que é Deus quem proporcionará o arrependimento dos erros e pecados cometidos pelas pessoas que se desviaram da verdade bíblica, pois quem se desviou da verdade, vive sem perceber que se encontra na “insensatez espiritual”, insensatez essa implantada pelo adversário do puro evangelho do Senhor Jesus, o diabo, que desde o início da humanidade se esforça como ninguém para adulterar a verdade de Deus em mentira, astutamente levando cativo o ser humano à uma condição distante da vontade de Deus (2ª Coríntios 11:3). Observemos o que Paulo afirmou aos coríntios:

"...rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcias, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2ª Coríntios 4:2-4).

10ª) Cumprirem a vontade de Deus e não do diabo:

Já que somos servos do Senhor, não podemos ser contenciosos, mas, brandos, preparados para ensinar pacientemente, esperado que Deus proporcione o arrependimento às pessoas que se desviaram da verdade bíblica, que vivem em uma “insensatez espiritual”, implantada pelo diabo, que adultera a verdade de Deus, para obedeçamos a sua vontade e não a de Deus.

Mas, a nossa luta deve ser ao contrário, levando a verdade aos desviados dela, no intuito que cumpram a vontade de Deus e não a do diabo, mesmo porque não existe nenhum traço de verdade no diabo, tudo o que ele profere é mentira, é próprio dele desviar as pessoas dos caminhos da verdade (João 8:44). A vontade do diabo é roubar, matar e destruir (João 10:9-11), a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2).

CONCLUSÃO

Se desejamos estar aptos a admoestar, exortar pessoas tanto da igreja como de fora dela, devemos seguir mais uma vez as instruções do apóstolo Paulo:

“E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.” (Romanos 15:14).

Não nos esqueçamos, portanto, antes de acusarmos precipitadamente alguém, estejamos cheios de bondade, procuremos conhecer a situação, o contexto em que a pessoa alvo de nossas admoestações vive e procuremos conhecer profundamente a Bíblia: bondade e conhecimento, a receita bíblica para uma boa conversa sobre religião.

Que Deus nos abençoe. Amém.

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NOTA: Todas as transcrições de versículos foram extraídas da ARA.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

LIDANDO COM AQUELES QUE SE DESVIARAM DA VERDADE (PARTE 01)

INTRODUÇÃO

“Tendo purificado as vossas almas, pela vossa obediência à verdade...” (1ª Pedro 1:22a).

" ...importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos” (Hebreus 2:1);

As ciências têm comprovado a veracidade da Bíblia, sim, como é o caso da arqueologia e história, entre outras. Mas, elas apenas tecem um pano de fundo no qual confirmam os relatos bíblicos naturais, não podendo comprovar, conseqüentemente a ocorrência de fatos que demandam a fé, ou seja, os relatos bíblicos sobrenaturais.

Todavia, se o contexto histórico cultural da Bíblia é totalmente digno de confiança, por que os assuntos que relacionam o ser humano com o seu Criador não poderiam ser verdade também? Se, em termos terrenos, humanos e proféticos a Bíblia tem se revelado 100% verdadeira, seguramente é também 100% verdadeira naquilo que afirma sobre Deus e os valores espirituais nela contidos. É inteiramente digna de confiança. Como Jesus havia afirmado:

"...nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto, contudo não aceitais o nosso testemunho. Se tratando de coisas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:11-12).

E a Bíblia realmente afirma ser a Palavra inspirada de Deus, útil para o nosso aprendizado e edificação (2º Timóteo 3:16-17; 2º Pedro 1:20b-21). Sabemos e reconhecemos (inclusive quase todas as religiões e seitas também reconhecem) que Deus é perfeito e verdadeiro, que Ele jamais erra, mente ou se arrepende (Isaías 45:19b; Tito 1:2).

E, partindo do princípio que Deus é perfeito e verdadeiro, conseqüentemente as Suas palavras refletem a Sua essência, ou seja, a Bíblia também é perfeita e verdadeira (Salmos 119:140a; 151a; João 10:35; 17:17). Além disso, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, já havia afirmado que é a verdade que liberta (João 8:31-36; 14:6).

E, já que Cristo é a Verdade, seguir a Cristo e Sua Palavra é seguir a verdade, não é mesmo? Então, conseqüentemente, o cristianismo prega a verdade para a humanidade.

Mas, a grande questão que desejamos enfatizar aqui é que muitas pessoas (muito mais do que muitos imaginam), mesmo tendo tido contato com a verdade bíblica, a sã doutrina cristã (até mesmo desde a infância), por inúmeros motivos e em circunstâncias das mais diversas, se desviam desta verdade, deixam de acreditar nos princípios balizares da fé cristã ortodoxa e se deixam enredar por doutrinas adversas à Bíblia:

“Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?” (Gálatas 5:7).

Muitas vezes (ou praticamente em todas as vezes) este desvio doutrinário não ocorre da noite para o dia, mas, sim, paulatinamente, no decorrer dos meses e anos, quando essas pessoas se “decepcionam” com o evangelho ou “pseudo-evangelho” que lhes fora pregado. Diante de tantas lutas que passam e, sem encontrar um alicerce doutrinário sólido ou um acompanhamento de discipulado em suas igrejas, acabam por buscar novas e mais “atraentes” filosofias religiosas, que não passam de pura ilusão e cegueira espiritual engendradas astutamente no seio da Igreja de Cristo pelo seu maior inimigo, Satanás.

É exatamente este o contexto que foi ensinado pelo Mestre dos mestres, o Senhor Jesus Cristo, em sua tão rica e querida parábola do semeador (Lucas 8:5-15). A semente, segundo Cristo, é uma representação da Palavra de Deus que é disseminada por inúmeros tipos de solo, ou seja, pessoas e circunstâncias (v. 11). A semente que caiu à beira do caminho indica as pessoas que ouviram a Palavra, mas o diabo a arrebatou de seus corações para não crerem e serem salvos (v. 12).

A semente que caiu sobre a pedra demonstra as pessoas que ouviram a Palavra e a receberam alegremente, mas como uma planta que não possui raiz, em ocorrendo as provações, se desviam desta Palavra (v. 13). Já a semente que caiu entre os espinhos demonstra as pessoas que ouviram a Palavra e, ao passar do tempo, as preocupações, as riquezas e prazeres da vida sufocaram esta semente, ou seja, impediram que a Palavra de Deus fizesse o efeito edificante e libertador em suas vidas. Essas pessoas não chegam a demonstrar frutos espirituais em suas vidas, elas não amadurecem na fé adequadamente (v. 14).

Finalizando, a semente que caiu na terra boa representa as pessoas que ouviram de bom e reto coração e guardaram a Palavra de Deus em seus corações e refletiram em suas vidas os seus frutos espirituais, perseverantemente (v. 15).

Observamos, assim, as origens claras e inegáveis de muitas seitas e cultos heréticos indicadas pelo próprio Senhor da Igreja, Jesus. Estas são as origens de muitos desvios da fé cristã que se iniciam por uma ou mais pessoas até ver-se formado um forte e bem preparado grupo sectário de pessoas zelosas e honestas (em sua imensa maioria), mas, infelizmente, sinceramente iludidas em relação à verdade suprema e eterna revelada nas Escrituras Sagradas.

A "FÓRMULA PAULINA" PARA LIDAR COM OS DESVIADOS

Observemos o que o inspirado apóstolo Paulo nos ensinou sobre como se comportar com pessoas que se desviaram da verdade da fé cristã. Será que devemos agir com intolerância e impaciência? Ou devemos “isolá-las” completamente do nosso convívio? O texto que queremos salientar é este:


“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade” (2ª Timóteo 2:24-26).

Vamos, então, extrair alguns ricos ensinamentos destas palavras do apóstolo dos gentios:

1ª) Somos servos do Senhor?

Primeiramente é este o ponto que devemos zelar: será que somos mesmo servos do Senhor? Paulo disse: “...é necessário que o servo do Senhor...”. Ora, se vamos dialogar com alguém sobre sua religião, sobre suas crenças e práticas ritualísticas que, segundo o nosso entendimento, estão em desacordo com a Bíblia, devemos olhar para nós mesmos e analisar até que ponto temos realmente servido ao Senhor Jesus e à Sua Palavra, com humildade, reverência e dedicação. Conhecemos realmente a vontade do nosso Mestre e a praticamos?

Ou será que no fundo, escondido em nossos corações, o que realmente desejamos é que Ele, o Senhor dos senhores, o Soberano Criador e Sustentador do universo seja o nosso servo? É evidente que este pensamento é o mais absurdo e herético que poderíamos possuir, mas, devemos analisar se muitas práticas e doutrinas apregoadas por nós evangélicos têm, mesmo que subliminarmente, sugerido exatamente isso (neste caso, somos nós que estamos nos desviando da verdade. É preciso cuidado).

2ª) Sem contendas:

Não. Nada de contendas. Se somos servos do Senhor, não devemos viver em contendas. Se existe algo que pode ocorrer em uma “discussão” religiosa é a contenda, o acalorado confronto de palavras, com até mesmo a elevação do tom de voz e sem que haja uma finalidade edificante e proveitosa. Ninguém, nestes casos, chega a um ponto em comum (mesmo porque as crenças são diferentes entre si) e muitas vezes todos falam ao mesmo tempo. A Bíblia nos adverte contra as contendas:

“Como abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas.” (Provérbios 17:14);

“Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas.” (Provérbios 20:3; comparem com 1ª Timóteo 1:3-7; 6:20-21).

Hoje, como nunca antes, os ditados que dizem que “religião não se discute” e que "cada um possui a sua verdade" estão em evidência em nossa sociedade, apregoados, mesmo que de maneira velada, aos quatro cantos pela mídia. Mas, podemos, sim, “discutir” religião, se, evidentemente, obedecermos os princípios da Palavra do Senhor para um sadio diálogo com as pessoas que professam outra prática religiosa.

Neste caso, “discutir” não é sinônimo de “contender” e nem de “ofender mutuamente”, mas, sim, “dialogar”, “trocar idéias e informações amigavelmente” sem obrigar que todos se “convertam” à sua crença religiosa (devemos desejar ardentemente a conversão das pessoas e orar por isso, mas, se elas vão realmente se converter, essa questão está nas mãos dEle).

3ª) Brandura para com TODOS:

Se somos servos do Senhor, não podemos viver em contendas, mas, termos um espírito brando, que, por sua vez, possui a capacidade de desviar a raiva em uma discussão. É isso que o sábio Salomão ensinou, pois, ele sabia que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1; veja a mansidão como parte do "fruto do Espírito" em Gálatas 5:22-23; comparem com Provérbios 16:24; 18:20-21).

E mais, a instrução de Paulo é que sejamos brandos para com quantas pessoas? Uma? Dez? Cem? Mil? Não, devemos ser “brandos para com todos”. Mais uma vez: TODOS.


Será que refletimos brandura em nosso caráter apenas enquanto estamos sendo confirmados e aceitos em nossas palavras? E se formos contrariados o que fazemos?

O que Jesus fazia quando alguém o interpelava no intuito de O testar? O que Ele fazia quando alguém não concordava com Ele?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O QUE É APOLOGÉTICA?

Observemos o que a Wikipédia, uma enciclopédia virtual, nos informa acerca de “apologética”:

“Apologética é uma palavra derivada de ‘apologia’ (do grego απολογία, que vem de απο + λογος). É definida pelo dicionário Houaiss como sendo ‘(1) Rubrica: teologia. defesa argumentativa de que a fé pode ser comprovada pela razão (1.1) Rubrica: catolicismo, teologia. parte da teologia que se dedica à defesa do catolicismo contra seus opositores (2) Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1). defesa persistente de alguma doutrina, teoria ou idéia.’ Conforme Sproul, Gerstner, Lindsley (1984:13), ‘Apologetics is the reasoned defense of the Christian religion’, i.e., a apologética é a defesa fundamentada da religião Cristã (...)” (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Apolog%C3%A9tica).

Já o Portal do Espírito (Dicionário Auxiliar do Comunicador Espírita), de Ivan René Franzolim, informa que apologética é:

“Tratado ou ciência da defesa racional da fé cristã” (fonte: http://www.espirito.org.br/portal/palestras/ivan-franzolim/dicionario-auxiliar-do-comunicador.html).

Apologética, portanto, é a defesa da fé (cristã ou não) de maneira fundamentada em argumentos racionais. Transportando para o contexto evangélico protestante, apologética é, em suma, DEFENDER A FÉ CRISTÃ GENUINAMENTE BÍBLICA.

É o que temos feito e sempre faremos neste BLOG, por isso, estamos procurando esclarecer este assunto.

É o que observamos em textos bíblicos como estes, por exemplo:

“Estou incumbido da defesa do evangelho” (Filipenses 1:16b; ARA);

“Firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Filipenses 1:27b; ARA);

“Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3; ARA).

De que forma deve ser realizada a apologética, a defesa da fé? É o apóstolo Paulo que ensina, inclusive:

“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tito 1:1; ARA).

Paulo foi servo de Deus, enviado de Jesus para promover a fé dos cristãos e o total conhecimento da verdade conforme um proceder piedoso, justo. Paulo afirmou a Tito:

“...apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem” (Tito 1:9; ARA).

Tito deveria estar apegado à Palavra de Deus que é fiel para possui a capacidade de exortar retamente e convencer aqueles que contradiziam as Escrituras Sagradas. E mais, Tito além de tudo isto, deveria expressar apenas aquilo que convinha à sã doutrina bíblica, nada além disso, pois seria desvio da fé e não defesa da fé:

“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tito 2:1; ARA).

Apologética vai além de defender a fé cristã, ela enquanto defende a fé, aponta os caminhos ou o caminho que conduz a verdade.

No artigo “O fator dignificante da apologética”, Elvis Brassaroto Aleixo afirmou, entre outras coisas, afirmou:

"...Como encontrar uma saída diante de tantos corredores? Aliás, existiria alguma saída? Eureca! A ‘saída’ nos remete à idéia de direção, rumo, sentido, destino... A declaração de que todos os caminhos levam a Deus tornou-se um chavão constante nos lábios de muitas pessoas e em muitos idiomas, apresentando-se com o meigo sorriso da tolerância. Interessante notar é que, mesmo com todo o teor de racionalidade e lógica deste discurso, muitas pessoas não se dão conta de que a tolerância genuína deveria ser capaz de tolerar a própria intolerância. E essa insensibilidade faz que, sem perceberem, hasteiem a bandeira de uma tolerância maquiada e vacilante. Neste ínterim, a apologética, injustamente, assume em nossa sociedade um caráter fortemente pejorativo e primitivo (bárbaro). A questão em voga é que não há razões para se defender uma verdade relativa, ou, sendo mais sensato, uma verdade relativa é uma verdade indefensável (...) Porquanto, se todos os caminhos conduzem ao céu, então, nenhum deles precisa ser defendido em detrimento de outro. Também podemos depreender que fazer apologia de uma fé implica considerá-la digna de tal ato e isso nos faz pensar. Será que cremos que a nossa fé é digna de ser defendida? Por quais idéias estamos lutando? As verdades bíblicas são suficientemente significativas para que sejam defendidas por seus seguidores? Bem, se a resposta for positiva, então deve refletir-se em atitudes concretas. Portanto, o ministério do apologista cristão é dignificar a ortodoxia bíblica (...)” (fonte: http://www.icp.com.br/74verbo.asp).

Com toda razão ele afirmou isso. Devemos realmente acreditar nas doutrinas que estamos defendendo, pois já que elas indicam a vontade de Deus, ou seja, a verdade que é Cristo, e que leva ao Céu, ela realmente é digna de ser compreendida e defendida.

No interessante e esclarecedor artigo “Apologética” do conhecido B.B. Warfield, o mesmo, entre outras coisas, afirmou que:

“Desde Planck (1794) e Schleiermacher (1811), ‘apologética’ tem sido o nome aceito da disciplina teológica ou departamento da ciência da teologia. O termo deriva da palavra grega ‘apologeisthai’, que expressa a noção central da idéia de ‘defesa’. Em sua aplicação atual, entretanto, seu significado foi de alguma forma alterado, e nós afirmamos isso em uma comparação feita entre os termos apologética e ‘apologies’ (desculpas ou justificação na língua inglesa) em contraste uma com a outra (...) Apologética é a defesa do Cristianismo em sua inteireza, sua essência, ou, de uma forma ou outra é a defesa de seus elementos de pressuposições contra seus usurpadores, atuais ou possíveis, de forma a se defender de algum ataque em particular; embora, obviamente, por melhor que sejam as defesas que alguém possa levantar com o intuito único de defender uma tese se tornam meras justificativas. (...) Pode até, obviamente, se ater em defesas e justificações quando isso se fizer necessário. Isso vai de encontro com pontos de vista opostos e requer o estabelecimento de seus próprios pontos de vista e conclusões. (...) Se for sua incumbência fazer o crente capaz de dar razão a sua própria fé, seria impossível para ele ser um crente sem a razão da fé que há nele mesmo, e é tarefa da apologética trazer essa razão claramente em sua consciência, e faz disso um plano válido. (...) Apologética certamente estabelece a verdade sobre o Cristianismo como uma religião absoluta. Mas a questão de importância aqui é como isso é feito (...) A função da apologética é estabelecer a verdade da Cristandade como a religião absoluta em sua íntegra, e seus detalhes de forma indireta.(...) O que a Apologética toma para si estabelecer é somente o Cristianismo puro, incluindo todos seus ‘detalhes’ e envolvendo toda sua ‘essência’, em sua inexplicável e incompreensível inteireza, como a religião absoluta (...) Obviamente mero reconhecimento racional não torna alguém um cristão, mas isso não é porque a fé não é resultado de evidência, mas porque uma alma morta não pode responder à evidência. A ação do Espírito Santo nos dando fé não está separada das evidências, mas vem junto com as evidências, e em primeira instância consiste em preparar a alma para aceitar as evidências (...) Não devemos discutir se pela ação da apologética é que homens e mulheres tornam-se cristãos, mas que a apologética supre o Cristão com uma base sistematicamente organizada na qual a fé do crente pode descansar. Tudo o que a apologética nos explica no formato de prova sistematizada está implícito em todo ato de fé do crente. (...) (fonte: http://www.monergismo.com/textos/apologetica/apologetica_warfield.htm).

Declarações inspiradas, didáticas, esclarecedoras e essências para nós que desejamos utilizar a apologética. Portanto, para Warfield, entre outras coisas, a apologética por si só não converte ninguém ao cristianismo, mas, fornece fundamentação suficiente e sistematicamente organizada para os cristãos e não cristãos aceitarem as evidências inegáveis do Cristianismo, tudo sob a ação do Espírito Santo.

Enquanto que Dallas Willard, Ph.D., professor de filosofia na Universidade da Califórnia do Sul (University of Southern California) e autor de vários textos filosóficos, além de livros sobre apologética e sobre discipulado cristão, asseverou que:

“Quando ministramos na área de apologética, nós o fazemos como discípulos de Jesus, e, portanto, da maneira como Ele o faria. Isso significa, primeiramente, que nós o fazemos para ajudar pessoas, especialmente àqueles que querem ser ajudados. Apologética é um ministério de ajuda. No contexto de 1 Pedro 3:8-17 os discípulos estavam sendo perseguidos por sua dedicação em promover a bondade. De acordo com o que Jesus os tinha ensinado, tal perseguição deveria ser fonte de regozijo. Essa atitude fazia com que os observavam a questionassem como os discípulos podiam estar esperançosos e alegres em tais circunstâncias. Num mundo irado, desesperançado e triste, essa questão era inevitável. A exortação de Pedro. Por isso, Pedro exortou os discípulos a estarem ‘sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência’ (vv. 15-16), ou seja, consciência que se tem por se ter feito o que é correto. Nossa apologética, assim, é feita como um ato de amor fraternal, sendo ‘prudentes como as serpentes e símplices como as pombas’ (Mateus 10:16). A sabedoria da serpente está em ser oportuna, baseada em observação vigilante. A pomba, por sua vez, é incapaz de falsidade ou de enganar alguém. Assim devemos ser. Amor àqueles com os quais lidamos será necessário para que os compreendamos corretamente e para que evitemos manipulá-los, ao mesmo tempo que desejamos e oramos intensamente para que reconheçam que Jesus Cristo é o Senhor do cosmos. O amor também nos purificará de todo mero desejo de vitória, como também de toda presunção intelectual ou desdém para com as opiniões e habilidades dos outros (...) Deste modo, a chamada ao ministério de apologética não é para forçar pessoas relutantes à submissão intelectual, mas uma chamada na qual servimos aos necessitados, e, freqüentemente, àqueles que são escravos de seu próprio orgulho e presunção intelectual, muitas vezes reforçada pelo ambiente social. Em segundo lugar, nós fazemos o trabalho de apologética como servos incansáveis da verdade. Jesus disse que Ele veio ‘ao mundo a fim de dar testemunho da verdade’ (João 18:37), e Ele é chamado ‘a testemunha fiel e verdadeira’ (Apocalipse 3:14). É por isso que temos ‘temor’ quando ministramos (...) Enganos com relação à vida, às coisas de Deus e à alma humana são assunto seríssimos, mortais. É por isso que o trabalho de apologética é tão importante. Falamos ‘a verdade em amor’ (Ef. 4:15). Falamos com toda a clareza e racionalidade que podemos demonstrar, ao mesmo tempo contando com o Espírito da verdade (Jo. 16:13) para realizar aquilo que está muito além de nossas habilidades limitadas. O ponto comum de referência (...) Nossa atitude, portanto, não é de divisão, mas de agregação. Estamos aqui para aprender, e não somente ensinar. Assim, sempre que for possível – ainda que por vezes, devido aos outros, não seja – nós ‘respondemos’ numa atmosfera de investigação mútua, motivada pelo amor generoso. Ainda que possamos ser firmes em nossas convicções, não nos tornamos arrogantes, desdenhosos, hostis ou defensivos. Por sabermos que o próprio Jesus não agiria assim, temos que reconhecer que não podemos ajudar pessoas de uma maneira arrogante. Ele não tinha necessidade disso, e nós também não. Em apologética, como em tudo, ele é nosso modelo e Mestre. Nossa confiança reside totalmente nele. Esse é o lugar especial que damos a Ele em nossos corações – a maneira com a qual ‘santificamos a Cristo como Senhor em nossos corações’ – no ministério crucial de apologética” (fonte: http://www.agirbrasil.org/Apol_Geral/Coracoes_corretos.html).

Portanto, apologética é um chamado, um ministério cristão de vital importância. Devemos levar ao mundo a verdade em amor, não com arrogância, mas no desejo de sempre aprender também, não como os donos da verdade, mas como os seguidores da Verdade, Jesus Cristo (João 14:6).

Por tudo isso, devemos levar o conhecimento da verdade bíblica às pessoas que estão longe da Palavra de Deus, àqueles e àquelas que já tenham freqüentado templos evangélicos e tenham se desviado desta verdade ou que jamais tiveram o privilégio de ouvirem esta verdade, seja em casa, na escola, no trabalho ou na igreja.

Unamos o povo cristão evangélico, independente de denominação, em uma só “luta”:

Defender racionalmente a fé em Cristo Jesus e levar o Seu evangelho à todos que carecem dele.

Que Deus nos abençoe. Amém.

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NOTA: Sugerimos uma matéria interessante e essencial publicada na revista “Defesa da Fé” do ICP (Instituto Cristão de Pesquisas – http://www.icp.com.br/), ano 10, n.º 79, páginas 48-56.
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Links que complementam o nosso estudo:

sábado, 13 de fevereiro de 2010

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CARNAVAL


Vamos hoje transcrever algumas definições e opiniões sobre o Carnaval, principalmente do ponto de vista cristão protestante: (fonte dos três primeiros textos: http://www.icp.com.br/31materia1.asp).

"História e etimologia. Carnaval de Veneza, Itália.A festa carnavalesca surge a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale", que, acabou por formar a palavra "carnaval". Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval. No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual. De acordo com o modo comtemporâneo o carnaval ainda é considerado uma forma de festa bastante tradicional, pois persistiou por vários anos com o mesmo aspecto.Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa."


"Posição da igreja evangélica no período do carnaval. Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das vendas no comércio, entre outros. Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a igreja evangélica deste momento histórico. Então, qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos participantes com eles (Ef.5.7)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos aoportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento (2 Co.4.4) ? Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é Santo. Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra elas? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo? No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos vendo imoralidade, música lasciva, promiscuidade sexual e bebedeiras. José Carlos Sebe, no livro Carnaval de Carnavais, página 16, descreve, segundo George Dúmezil (estudioso das tradições mitológicas): O carnaval deve ser considerado sagrado, porque é a negação da rotina diária. Ou seja, é uma oportunidade única para extravasar os desejos da carne, e dentro deste contexto festivo, isto é sagrado, em nada pervertido. Na página 17, o mesmo autor descreve: Beber era um recurso lógico para a liberação pessoal e coletiva. A alteração da rotina diária exigia que além da variação alimentar, também o disfarce acompanhasse as transformações. Observe ainda o que diz Manuel Gutiérez Estéves: No passado, faziam-se nos povoados, mas sobretudo nas cidades, diversos tipos de reuniões em que todos os participantes aparentavam algo diferente daquilo que, na realidade, eram. A pregação eclesiástica inseriu na mensagem estereotipada do carnaval a combinação extremada da luxúria com a gula. Não falta, sem dúvida, fundamento para isto. Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (Rm 8.5-8). Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20)."


Evangelismo ou retiro espiritual? A maioria das igrejas evangélicas, hoje, tem sua própria opinião quanto ao tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval. Opinião esta que, em grande parte, apoia-se na teologia que cada uma delas prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber: enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto, preferem ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de evangelizar os foliões. Primeiramente, gostaríamos de destacar que respeitamos as duas posições, pois cremos que os cristãos fazem tudo por amor ao Senhor e com a intenção de ganhar almas para Jesus e edificar o corpo de Cristo (Cl 3.17). Entendemos, também, o propósito dos retiros espirituais: momentos de maior comunhão com o Senhor que tem feito grandes coisas em nossas vidas. Muitos crentes têm sido edificados pela pregação da Palavra e atuação do Espírito Santo nos acampamentos promovidos pelas igrejas. Todavia, a visão de aproveitarmos o carnaval para testemunhar é pouco difundida em nosso meio. Na Série Lausanne, encontra-se uma descrição sobre a necessidade da igreja ser flexível. A consideração é feita da seguinte forma: o processo de procura de novas estruturas nos levará, seguidamente, a um exame mais íntimo do padrão bíblico e a descoberta de que um retorno ao modelo das Escrituras e sua adaptação aos tempos atuais é básico à renovação e à missão. Entendemos, com isso, que, em meio à pressão provocada pela mundo, a igreja deve buscar estratégias adequadas para posicionar-se à estas mudanças dentro da Palavra de Deus, e não dentro de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte, e não os fatores externos. Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem opiniões diferentes a respeito da maneira adequada para a evangelização no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca perdeu uma oportunidade para pregar, nem mesmo fugia das interrogações ou situações religiosas da época. Não podemos deixar de olhar o que está escrito na Bíblia: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2). Aqui o apóstolo Paulo exorta a Timóteo a pregar a Palavra em qualquer situação, seja boa ou má. A Palavra deve ser anunciada. Partindo deste princípio, não devemos deixar de levar o evangelho, não importando o momento. Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e optar pela melhor atividade para a nossa igreja nesse período tão sombrio que é o carnaval. A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que: Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2.2-6)."

"Analisando biblicamente, podemos concluir que o cristão verdadeiro não pode coadunar com essas festividades, pois fomos chamados do mundo para servir a Deus em novidade de vida. O Apóstolo João nos diz em sua primeira epístola, cap. 2, versículo 15, que não devemos "amar o mundo, nem o que no mundo há". Ele ainda diz que "se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele". Nós, cristãos protestantes, vamos continuar combatendo o carnaval, mostrando para as pessoas que essa prática se opõe a Deus e sua Palavra. Lembrando também, que essa festa não se trata de uma brincadeira, momentos de alegria, como alguém propaga por aí. É um período de muita destruição e prejuízo para a humanidade. É só analisar o noticiário na quarta-feira de cinzas para constatar isso. Sem se falar naqueles dados que não são divulgados, como por exemplo, a quantidade de pessoas que contraem doenças sexualmente transmissíveis, os jovens que são encaminhados para as drogas, as famílias que são arruinadas, por causa da infidelidade conjugal etc. Finalmente, lembremo-nos disso: "E o mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade e Deus permanece para sempre." (fonte: http://mentalidadecrista.blogspot.com/2008/01/o-cristo-e-o-carnaval.html).

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FONTES DE PESQUISA E ANÁLISE DO TEMA E COMPARAÇÃO COM OS TEXTOS:

domingo, 7 de fevereiro de 2010

CUIDADO COM A "DESBIBLIALIZAÇÃO" DA IGREJA !!

Queremos enfatizar um perigo que circula pela Igreja de Cristo que é a influência negativa de várias doutrinas religiosas, principalmente devido ao esquecimento das bases fundamentais da religião protestante contidas na Bíblia.


"Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4:14).

Meu caro leitor cristão, seja do Brasil ou de outro país, desejamos lhe fazer uma pergunta intrigante:

Depois de passar a semana em oração e leitura e meditação na Palavra de Deus, você já teve a sensação, ao participar das atividades da igreja, principalmente do culto noturno de domingo, de que o que as pessoas estão ensinando e cantando tem muito pouco em comum com aquilo que você viu e meditou durante a semana?


Você já percebeu esta discrepância na vida cristã? Nós já sentimos, como acreditamos que milhares de outros cristãos também já e se incomodaram com isso. Esse é um "santo incômodo", pois é o Espírito Santo falando conosco. Foi Ele que inspirou a Bíblia e inspira os cristãos a pregarem a Palavra, que é a Sua espada, mas Ele também percebe esta discrepância, seja onde for, pois Ele é onisciente.

É claro que, graças a Deus, essa situação discrepante não é uma regra geral para a Igreja Cristã no mundo, mas muitas vezes parece que aquele alimento espiritual sólido que recebemos durante a semana em nossa leitura bíblica diária não se compara nenhum pouco àquela "água com açúcar" que muitas vezes é pregada e cantada em muitas igrejas. E quando recebemos uma pregação bem fundamentada nas Escrituras, ah, é um alívio reconfortante para as nossas almas, muitas vezes sedentas de ouvir e cantar novamente algo com um pouco mais de respaldo bíblico.

Onde estão as mensagens e os cânticos que falam da necessidade de arrependimento, de perdão de Deus, sobre o pecado, sobre a santificação, sobre a justificação, a regeneração, a vida eterna, etc.? As mensagens e as canções quase sempre enfocam apenas a obrigatoriedade de Deus em nos curar, nos abençoar, nos encher de bens materiais.

A Bíblia, infelizmente, tem assumindo um papel secundário em muitas igrejas evangélicas. Ela está deixando de ser a única regra de fé e prática de muitos crentes e, consequentemente, outras regras estão influenciando a Igreja, distorcendo a fé e a prática de muitos de nós.

O Senhor Jesus afirmou que podemos errar por não ter o conhecimento adequado da Palavra de Deus (Mt 22:29; Jo 20:9).

Aliás, pode até parecer exagero afirmar que a Bíblia está sendo deixada para um segundo plano dentro da Igreja, afinal, ela é lida e estudada dominicalmente e durante a semana. Por que afirmarmos isto?

O que queremos afirmar aqui é que a Bíblia está sendo lida, mas a sua mensagem está sendo distorcida, interpretada de forma equivocada, não existe mais uma atenção para a devida interpretação da Bíblia e para assuntos que exaltam a natureza de Deus, Seus atributos. Muitos setores da Igreja, muitos crentes estão utilizando a Bíblia apenas quando ela está de acordo com suas intenções, mas quando a Bíblia diz algo contra, então é ignorada.

Ou ainda, muitos cristãos não têm maturidade bíblico-doutrinária suficiente e estão sendo enredados por inúmeros "ventos de doutrina" por seus líderes e pela influência da sociedade mundanizante.

Sem discernimento bíblico, incorremos no erro de aceitar ensinos e práticas contrários a vontade de Deus (Gl 1:6-9; Ef 4:13-14; 2Pe 3:14-18), sem muitas vezes nem conferirmos se é verdade como os cristãos de Beréia faziam (At 17:11), adulterando, assim, a verdade bíblica, muitas vezes também subtraindo ou adicionando algo das Escrituras Sagradas (Dt 12:32; Pv 30:5-6; Ec 3:14; Ap 22:18-19) e indo além do que está escrito (Rm 15:4; 1Co 4:6; 2Tm 3:16-17), perdendo o referencial máximo de conduta e ética e, assim, nos desorientando em uma espécie de escuridão doutrinária por não termos mais a “lâmpada” da Palavra para iluminar os nossos passos (Sl 119:105), quando o correto seria guardarmos no coração a Palavra de Deus para não pecarmos contra Ele (Sl 119:11,112).

Onde foi parar o discernimento espiritual que todos nós, cristãos, possuímos, devido ao Espírito Santo que em nós habita? (1Jo 2:20,27; cf. Hb 5:11-14; Fp 1:10; 1Ts 5:21;Tt 2:6).

Quando a Igreja de Cristo se afasta da Bíblia (quando ela se "desbiblializa"), seus membros passam a entoar canções com letras equivocadas, letras que que passam longe do texto sagrado, os cristãos também passam a acreditar que tudo é relativo, que não existe uma Verdade absoluta, eles também passam a defender que o relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo é algo normal, que a troca frequente de namorados deve ser um hábito.

Quando a Igreja de Cristo se afasta da Bíblia (quando ela se "desbiblializa") e quando os pais usam de força física para educar seus filhos – que se usada com sabedoria e prudência, é bíblica – eles passam a ser vistos como violentos e impróprios para educá-los, e podem até mesmo serem processados por educarem seus filhos.

Quanto a Igreja de Cristo se afasta da Bíblia (quando ela se "desbiblializa") temas como “missões”, “dízimo e ofertas” e “avivamento” passam a ser enfadonhos e Deus passa a ser uma espécie de “gênio da lâmpada”, como se fosse obrigado a realizar todos os nossos desejos. Os cristãos, então, passam a acreditar e buscar a prosperidade total aqui na Terra, nas áreas física e financeira, se esquecem da herança guardada no Céu, se esquecem da bendita esperança em aguardar o nosso Salvador em Sua gloriosa volta. A "Igreja Militante", então, não quer mais ser um dia a "Igreja Triunfante", ela quer apenas na verdade ser a "Igreja Humanizante", ou seja, ela quer mesmo é permanecer na Terra, nada de Céu, e ser uma instituição humana e não divina, escravizada aos dogmas humanísticos de enriquecimento, egoísmo e prosperidade.

Quando a Igreja de Cristo se afasta da Bíblia (quando ela se "desbiblializa"), seus membros passam a acreditar que uns são mais importantes que os outros, alguns passam a acreditar que são "estrelas", "intocáveis", por ter um talento que outro não tem, alguns outros se dedicam de maneira contumaz na obra do Senhor, mas se esquecem de adorar e servir o Senhor da obra.

Quando a Igreja de Cristo se afasta da Bíblia (quando ela se "desbiblializa"), muitos acreditam na ciência ruim (pois existe a boa ciência) em vez da Bíblia e muitos passam a acreditar que os seres humanos são uma evolução dos macacos, outros passam a acreditar que as histórias bíblicas são meras lendas, alguns passam a duvidar da soberania e da justiça de Deus, que Ele não sabe nada do futuro e passam a acreditar que é a humanidade que faz o seu destino, que salva a si mesma.

O maior exemplo de “desbiblialização” da Igreja ocorreu a partir do 4º século d. C., quando ela permitiu a entrada de incontáveis heresias em seu corpo doutrinário, durante séculos, se afastando gradativamente da pura doutrina bíblica. Devemos, no entanto, tomar como exemplo os idealizadores da reforma protestante, que lutaram para que a Igreja retornasse à “ortodoxia bíblica”, isto é, a Bíblia como único referencial, absoluta, pois é a Palavra escrita e inspirada de Deus (2Pe 1:21; 2Tm 3:16).

Não desejamos aqui diluir a importância do conhecimento científico e também de inúmeros tipos de literatura, como os próprios livros evangélicos, em sua grande maioria (há exceções), escritos por irmãos inspirados e que trazem grande edificação para o Corpo de Cristo, bem como outros gêneros literários, como a poesia e até mesmo os livros escolares. A questão principal que desejamos enfatizar é que, como cristãos, devemos priorizar os ensinamentos divinos transmitidos nas Sagradas Escrituras. As demais fontes de conhecimento, como os exemplos vistos acima, analisadas com o devido discernimento bíblico devem ser consideradas apenas como auxiliares em nosso crescimento intelectual, moral e espiritual (1Ts 5:21).

Quando a Igreja de Cristo se volta para a Palavra de Deus, que é perfeita, sem erros e contradições e expressa a genuína verdade sobre a vida, os seus membros começam a desfrutar um despertamento singular em suas vidas. Mesmo passando por provações, eles não se abalam, pois, estão firmados nas promessas de Deus. Eles se recordam que cada pessoa é um ser infinitamente amado por Ele, que cada parte da Igreja, cada ministério, é igualmente importante, eles se lembram que grande parte da população mundial está vivendo em uma quase total ignorância espiritual, sem Deus, sem o evangelho transformador de Jesus e que é nossa missão levá-lo a elas.

Quando a Igreja de Cristo se volta para a Bíblia, os seus membros passam a ver a vida espiritual de uma forma abrangente, ou seja, todos os aspectos e momentos do viver são assumidos como integrantes da vida cristã, não existindo, então, vários tipos de vida, uma em casa, uma na igreja, uma no trabalho e outra na escola.

Quando a Igreja de Cristo se volta para a Bíblia, os seus membros se lembram como é vital para a carreira cristã ter uma vida de oração constante.

É...acreditamos que todos irão concordar com o que iremos afirmar, pois também já tinham certamente percebido tudo isto que mencionamos: a Igreja de Cristo precisa urgentemente e novamente de um novo despertamento bíblico e prático.

A Igreja de Cristo tem uma origem, um destino, ela tem um dono soberano, ela tem um rol de membros que deve crescer, ela tem uma finalidade, um significado, um propósito e um manual de instruções perfeito, mas ela se afasta a cada dia de tudo isso, pois ela é composta de membros imperfeitos que se esquecem do seu Criador e Proprietário que é eternamente perfeito, ela está perdendo a sua identidade e todos nós, que fazemos parte da Igreja de Cristo, precisamos nos esforçar para revertermos essa situação. Essa é uma das marcas principais de um avivamento genuíno.

Avivamento ou despertamento espiritual é...

QUANDO A IGREJA APRENDE A INTERPRETAR CORRETAMENTE A BÍBLIA E PRATICA CORRETAMENTE O QUE APRENDEU A INTERPRETAR.

Portanto, que busquemos a Deus cada vez mais, em oração, jejum, leitura bíblica e vida piedosa (a começar do autor deste artigo).

sábado, 6 de fevereiro de 2010

EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DE JESUS CRISTO (PARTE 02)


EVIDÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

Jesus já havia predito várias vezes que iria morrer e ressuscitar (entre elas: Mateus 16:21; 17:9,22-23; 20:18-19; 26:32; Lucas 9:22-27; João 2:18-22).

Mais quais são as evidências bíblicas e históricas da ressurreição de Jesus Cristo? Vamos observar algumas delas:

1ª) As menções ao túmulo vazio aparecem “apenas” nos Evangelhos, mas já em Atos dos Apóstolos, nas pregações públicas, não se menciona o túmulo vazio, mas, tão somente o valor da ressurreição de Cristo (Atos 2:23-24,31-32; 10:39-41; 13:29-39). Isso evidencia que o fato do túmulo estar vazio era inquestionável, mesmo entre os cristãos e seus oponentes. Todos poderiam averiguar o túmulo, pois estavam na mesma cidade onde ocorrera o sepultamento do Senhor;

2ª) Os apóstolos não apenas relataram fielmente o que presenciaram sobre Jesus e sua ressurreição, mas, ousadamente disseram aos seus opositores: “vocês mesmo sabem do que estamos falando, você também viram” (Atos 2:22; 26:24-28). Em situações assim, o acusador precisa saber do que está falando, pois caso esteja errado, o acusado o fará “engolir” o que disse;

3ª) Além disso, havia no primeiro século muitos discípulos de Jesus espalhados entre diversas nações e sabiam dos fatos ocorridos e com certeza poderiam desmentir os apóstolos caso eles afirmassem algo que não tivesse acontecido;

4ª) Os judeus fracassaram em comprovar que Jesus não havia ressuscitado. Eles não dispunham de um corpo ou algum material advindo de um exame do túmulo de Jesus;

5ª) Por que as autoridades judaicas procuraram subornar os soldados romanos para que declarassem que o corpo de Jesus havia sido roubado senão devido à evidência gritante de que o túmulo estava vazio e não havia nenhum indício do corpo de Jesus? (Mateus 28:11-15). Os próprios inimigos do cristianismo haviam, portanto, se rendido à verdade;

6ª) Jamais, em nenhum documento antigo, cristão ou não, encontrou-se algum relato de alguém que tenha contrariado a pregação dos apóstolos sobre a ressurreição de Jesus, com evidências consistentes, ninguém ousou ir contra uma verdade mais do evidente àqueles que viveram nos primeiros séculos da era cristã;

7ª) Não há qualquer indício histórico de que o túmulo de Jesus tenha se tornado alvo de adoração e peregrinação, seja por parte dos cristãos ou não, pelo simples fato de que não haveria sentido neste comportamento. Mais de quinhentas pessoas já haviam visto Jesus ressuscitado logo no início da igreja, por exemplo (1ª Coríntios 15:1-8);

8ª) Cristo apareceu ressurreto para mais de 500 pessoas. Aos discípulos, por exemplo, após a ressurreição durante quarenta dias, apareceu não como um espírito, mas em carne e osso, inclusive comendo com eles (Mateus 28:16-20; Marcos 16:14-20; Lucas 24:33-52; João 21:1-23; Atos 1:1-8; 1ª Coríntios 15:1-15). Inclusive, mais tarde apareceu para o apóstolo Paulo (Atos 9:3-6; 18:9-10; 22:17-21; 23:11), para Estevão (Atos 7:55) e para o apóstolo João (Apocalipse 1:10-19; 5:6).

LOUCO, MENTIROSO, HIPNOTIZADOR OU O FILHO DE DEUS ENCARNADO?


Para a cultura judaica da época, afirmar ser o Filho de Deus era o mesmo que dizer ser o próprio Deus (João 10:30-33). Jesus, por Sua vez, afirmou para a mulher samaritana ser Ele o Cristo, o Messias (João 4:25-26). Certa vez os judeus o confrontaram solicitando para que afirmasse sinceramente ser Ele o Messias. Ele respondeu que já tinha afirmado, mas eles não acreditaram (João 10:23-25). Até os demônios temiam a Cristo e reconheceram ser Ele o Filho de Deus (Lucas 4:41; 8:28-29).

No julgamento de Cristo, antes da crucificação, o sumo sacerdote O interrogou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”. Qual foi a resposta de Jesus? “Eu sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Marcos 14:61-64).

Pedro afirmou a Cristo que os discípulos acreditavam ser Ele o Filho do Deus vivo. Cristo não o exortou como em outras situações, mas, disse que Pedro era bem-aventurado porque o Pai Celeste o tinha revelado a verdade (Mateus 16:15-17; comparem com Mateus 3:16-17; 17:5; Marcos 1:9-11; Lucas 3:21-22; 1ª João 5:9-12).

Aliás, Cristo evidentemente sabia que era Deus. Ele aceitou adoração (Mateus 8:2; 14:33; João 9:35-39; 20:27-29; comparem com Hebreus 1:5-6,14). Quando um dos dez leprosos curados por Jesus se prostrou em sinal de adoração e gratidão diante dEle, Cristo não o exortou pela atitude, mas, perguntou ao ex-leproso onde estavam os outros que não vieram dar glória a Deus (Lucas 17:12-18). Sem falar o que ocorreu com o discípulo Tomé quando exclamou a Jesus: “Senhor meu e Deus meu”. Cristo o repreendeu? Não. Ele disse: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram, e creram” (João 20:26-29).

Portanto, à vista das declarações de Cristo, encontramos duas opções:

1ª) As alegações eram FALSAS:

Neste caso,

a) Ou Ele sabia que eram falsas e mentiu propositadamente; ou

b) Ele estava sendo enganado, Ele estava sinceramente iludido.

2ª) As alegações eram VERDADEIRAS:

Neste caso,

Ele é o Messias, o Filho de Deus encarnado, o Salvador do mundo. Temos, então, duas escolhas:

a) Acreditarmos nEle e sermos salvos do pecado que nos separa do Pai;

b) Não acreditarmos nEle e continuarmos perdidos longe do Pai Celeste (1ª João 5:9-12).

Ponderemos: Se Cristo estivesse mentindo propositadamente seria uma demonstração explícita de loucura, pois, Ele teria passado cerca de três anos pregando a milhares de pessoas algo que não acreditava (hipocrisia) e depois com tanto poder que já havia demonstrado possuir, morreu sem realizar o menor esforço para escapar de uma morte tão injusta e desumana, tudo por causa de Suas alegações. Se Cristo estivesse sendo enganado, quem o estaria enganando? Deus, o Pai, Aquele que O enviou? Impossível.

Não, Jesus também não era e nem estava louco, Ele tinha plena noção de realidade. Seu comportamento era lúcido. Ele se entristeceu, se alegrou e se irou na medida correta. Soube controlar suas emoções mesmo em momentos de extremo sofrimento. Não vemos em Jesus, por exemplo, mania de perseguição, conclusões equivocadas sobre o comportamento alheio, soberba mesmo com tamanha multidão O adorando ou incapacidade de relacionamentos duradouros e estáveis.

Um dos especialistas que garante a sanidade mental de Cristo é o Dr. Gary R. Collins, Ph.D., com mestrado em psicologia clínica pela Purdue University, que há mais de 35 anos vem estudando e ensinando sobre o comportamento humano. Ele garante também que Jesus não era hipnotizador. Ele teria tido dificuldades nas multiplicações dos pães e peixes para convencer mais de 5.000 pessoas de seus “truques”. Há pessoas com maior ou menor facilidade de indução hipnótica. A hipnose não funciona em pessoas céticas como foi o caso de Tomé, de Saulo de Tarso e do próprio Tiago, irmão de Jesus, que vieram a crer só depois que Cristo já havia ressuscitado. E Cristo realmente ressuscitou.

Outro especialista, inclusive um dos melhores e mais conhecidos em nosso país, que analisou profundamente a personalidade de Cristo e defende a existência real e histórica do Salvador é Augusto Cury:

"Provavelmente fui um ateu mais crítico e investigativo do que Marx, Nietzche e Sartre. Pesquisei a personalidade de Cristo analisando continuamente se ele poderia ser ou não fruto da imaginação humana. Investiguei-o dentro da minha área de pesquisa. Analisei atentamente a lógica, coerência, limites e alcances dos seus pensamentos e das suas reações. Pesquisei detalhes dos seus comportamentos expressos nas entrelinhas da suas biografias, chamadas dos evangelhos. Analisei minúcias dos seus gestos em várias traduções e que não foram enfatizada pelos autores das suas biografias nem por teólogos. A conclusão a que cheguei foi surpreendente. Fiquei plenamente convicto de que é impossível a mente humana ter criado uma personalidade como a dele. Na minha opinião, as maiores evidências de que ele foi real não estão nos achados arqueológicos e nem na existência de manuscritos antigos, mas na colcha de retalhos da sua personalidade [...] Independentemente de qualquer religião ou análise teológica, Jesus Cristo não poderia ter sido fruto de uma invenção literária, prova disso é que ele foi, como discorri, contra a lógica política, social e religiosa. Ele não apenas não cabe no imaginário humano, mas atingiu o topo da excelência como o mestre da emoção [...] Nem Freud chegou próximo da maturidade emocional de Cristo. Freud era muito inteligente e sociável, ma não suportou ser contrariado em suas idéias, por isso baniu da família psicanalítica alguns discípulos que pensavam diferente dele, tais como Jung e Adler. O mestre da emoção se comportou com seus discípulos de modo completamente diferente de Freud. Ele andou com seu traidor, Judas, por muito tempo e, embora tivesse consciência da sua traição, não o baniu do convívio dos seus discípulos. Previu que Pedro iria negá-lo de maneira dramática e não fez nada para impedi-lo. Que homem é este que não desiste nem de um traidor e que suporta ser negado com paciência? Ele não era um pobre coitado, mas fortíssimo. Sabia navegar e ser livre nas águas da emoção. Nunca ninguém respeitou a tal ponto o ser humano. Treinou os homens para ser livres, conscientes e felizes. Deu liberdade incondicional para que eles repensassem suas atitudes e reescrevessem a sua história, mesmo diante dos seus mais graves erros." (Augusto Cury; "Treinando a emoção para ser feliz", pp. 116-118).

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FONTES DE PESQUISA:
"Evidência que exige um veredicto – Vol. I” (Josh McDowell)–Editora Candeia
“Em defesa de Cristo” (Lee Strobel) – Editora Vida
“Enciclopédia de Apologética” (Norman Geisler) – Editora vida